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O tratamento endodôntico consiste em realizar o debridamento e neutralização do conteúdo séptico do sistema de canais radiculares, através de um preparo químico-mecânico adequado. O acúmulo de biofilme bacteriano em canais acessórios e istmos, onde não se consegue ação mecânica dos instrumentos, é uma das grandes causas do insucesso do tratamento endodôntico. O conhecimento da anatomia interna dentária e suas variações, associados às técnicas de potencialização da limpeza, descontaminação e obturação elevam o sucesso do tratamento endodôntico.

Um desafio neste processo é a complexidade anatômica nomeada por Cooke e Cox (1979) como “C Shape”. O aparecimento desta variação é devido a uma falha na bainha epitelial de Hertwig, durante o desenvolvimento dentário, causando o fusionamento das raízes e formação de istmos que interligam os canais radiculares.

O domínio do conhecimento dos canais “C-shaped” é clinicamente importante para o prognóstico do tratamento endodontico, pois estes possuem grande complexidade morfológica, podendo apresentar o assoalho da câmara pulpar profundo, variações anatômicas ao longo da raiz e presença de istmos e delta apicais . As falhas mais frequentes no tratamento endodontico de elementos “C Shape” são as perfurações (45,2%), dificuldades de descontaminação dos istmos (23,8%) e a não localização de todos os canais (9,5%) (YEMI KIM, 2018).

Uma variação anatômica presente, na maioria das vezes, nos grupos de molares, com maior incidência nos segundos molares inferiores. Os canais em forma de “C” são anatomicamente mais complexos e merecem cautela durante o tratamento endodôntico. Nesses casos, a tomografia de alta resolução tem papel fundamental para revelar todos os detalhes da anatomia interna.