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A reabsorção cervical invasiva (RCI) é um tipo de reabsorção externa de padrão irregular, que vai contornando o espaço pulpar, podendo ou não atingi-lo. Os dentes mais acometidos são os incisivos centrais superiores, mas pode ocorrer em qualquer dente, desde que o cemento ou o ligamento periodontal esteja ausente ou danificado. Para avaliação desse tipo de reabsorção dentinária a tomografia de alta resolução é fundamental, auxiliando também na determinação do local da sua porta de entrada. Além disso as características das imagens permitem avaliar se ela está em fase de reabsorção ou reparação. Essas condições são fundamentais para determinar a possibilidade de reabilitação dos dentes acometidos.
A reabsorção cervical invasiva é uma patologia inflamatória que ocorre em dentes e é causada por traumas físicos ou químicos. Ela consiste na destruição do tecido mineralizado em região cervical do dente, podendo aparentar clinicamente aspecto de mancha rósea. Na literatura, a conduta que tem se mostrado mais eficiente na maioria dos casos, é a medicação com pastas à base de Ca (OH) , seguida por obturações e vedamento da região afetada com MTA. De acordo com essas constatações, pesquisas revelam que para a eficácia completa do tratamento dental, deve-se persistir em acompanhamento de 1 ano e meio à 3 anos clínico e radiográfico com tomografias computadorizadas para observação de recuperação e/ou estabilização da lesão.
Existem classificações que são usadas na literatura para definir a gravidade da reabsorção cervical invasiva, que dependem da quantidade de tecido que foi perdida e quais as estruturas dentárias que foram afetadas. Essas classificações são importantes para o diagnóstico e o planejamento do tratamento, uma vez que determinam a extensão da lesão e o tipo de intervenção que será necessário para restaurar a função e a estética do dente afetado. Uma das classificações mais utilizadas para a reabsorção cervical invasiva é a de Andreasen e Andreasen, que divide a lesão em quatro graus, de acordo com a profundidade da reabsorção e a extensão da área afetada. O grau I corresponde a uma perda superficial do tecido, enquanto o grau IV indica uma perda profunda, que pode afetar a polpa dentária. Outra classificação importante é a de Heithersay, que considera a localização da reabsorção em relação à gengiva. Assim, a lesão pode ser classificada em cervical, intermediária ou apical, a depender da sua posição no dente. Essa classificação é útil para definir o tipo de tratamento que será necessário, uma vez que a reabsorção apical pode ser mais difícil de tratar e exigir técnicas mais avançadas.